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06/01 - Porto de Paranaguá bate recorde histórico de movimentação em 2015


Enquanto o Corredor de Exportação levou o Porto de Paranaguá a atingir a marca histórica de 16,1 milhões de toneladas embarcadas, as ferrovias do estado do Paraná ainda permanecem estagnadas, de acordo com pesquisa realizada pela CNT

O Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá alcançou a sua maior marca anual histórica em 2015, com 16,14 milhões de toneladas exportadas, o que superou o recorde anterior do próprio porto em 1,1%. Em 2012, o porto havia atingido o maior volume exportado até então, com 15,9 milhões de toneladas. Na comparação com os volumes movimentados em 2014, o porto chegou a 9,1% de crescimento.

Embora o porto tenha lidado com um volume chuvas 44% superior ao ano anterior, além da paralisação parcial de alguns berços para a troca de equipamentos, a produtividade alcançou um novo patamar, registrando inclusive recordes de movimentação diária e mensal de escoamento de grãos pelo Corredor de Exportação. “Isto reflete o ganho de produtividade que conseguimos imprimir em Paranaguá. Inauguramos quatro novos shiploaders e devolvemos competitividade ao Corredor de Exportação”, afirma o secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho.

De março a dezembro do ano passado, foram montados, erguidos e entraram em funcionamento quatro novos shiploaders – equipamentos usados para carregar os navios no Corredor de Exportação –, que conferiram 33% mais agilidade no carregamento da carga, o que possibilitou ao porto passar a velocidade de embarque de 1,5 mil toneladas por hora para 2 mil toneladas por hora.

Além da montagem e substituição dos guindastes, cujo investimento somou R$ 59 milhões, foram realizadas obras de reforma dos berços de atracação do Corredor de Exportação, com esforços para que o impacto das obras fosse mínimo sobre as operações. “O mais importante é que conseguimos modernizar o complexo enquanto dávamos vazão à produção agrícola. Conseguimos atender nossos clientes no momento em que o câmbio e os fatores externos da economia foram favoráveis a eles”, explica o diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino.

O escoamento da safra de soja foi o produto com maior movimentação. Ao longo do ano, foram exportadas 7,8 milhões de toneladas do grão pelo Corredor de Exportação, o que representa 21% de aumento em relação ao embarcado em 2014. No mais, foram embarcadas 4,8 milhões de toneladas de farelo de soja, outras 3,3 milhões de toneladas de milho e mais 203 mil toneladas de trigo. Em junho, no auge da safra, o complexo teve a maior movimentação em um único mês em toda a sua história, com 1,92 milhão de toneladas exportadas. Em dezembro, o porto chegou ao recorde diário, com 51,7 mil toneladas carregadas em um dia em um único berço.
 

Queda nos volumes de carga ferroviária 

Enquanto Paranaguá registrou crescimento de movimentação portuária, o modal ferroviário ainda não apresentou grandes avanços no estado. Apontada por técnicos como um dos maiores impactos no Custo Brasil, a baixa utilização das ferrovias no transporte de cargas no País ainda é uma realidade.

Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada esta semana, comparando a capacidade do modal ferroviário brasileiro com a de outros países mostra que a densidade ferroviária brasileira é significativamente menor do que a dos países assíduos da malha ferroviária. Nos Estados Unidos, a medida que demonstra a relação entre um quilômetro de trilho por mil quilômetros de território 32, enquanto, no Brasil, o número fica em 3,6. A Argentina, grande concorrente brasileiro justamente na produção de grãos, tem uma densidade ferroviária de 13,3, ou seja: 3,5 vezes mais do que o Brasil.

No Paraná, especificamente, em vez de crescer, o setor apresentou retração em 2014: o volume de cargas transportadas sobre trilhos do interior para o porto diminuiu cerca de 5% na comparação com os três anos anteriores, segundo a Pesquisa CNT de Ferrovias 2015. No ano de 2014, o trem levou 46 milhões de toneladas úteis para Paranaguá, contra uma média de 48,5 milhões de toneladas úteis por ano de 2011 a 2013. O trecho Londrina/Apucarana foi o que mais apresentou redução: de 6,5 milhões de toneladas úteis em 2011 para 5,7 milhões de toneladas úteis em 2014 (-12%).

Foram analisados 66 trechos de 13 corredores em todo o País. O corredor Paranaguá, concedido para a América Latina Logística Malha Sul (ALLMS), tem 959,9 quilômetros de trilhos, com ramais que iniciam em Londrina, Maringá e Guarapuava em direção a Ponta Grossa e, na sequência, ao porto. Atualmente, a ferrovia transporta açúcar, soja, milho, farelo de soja, óleo diesel, álcool, contêineres, cimento acondicionado, cloreto de potássio, gasolina e calcário corretivo.

Em nota, a ALL alegou que a movimentação foi impactada pela diminuição nas exportações de granéis sólidos em 2014. “No primeiro semestre, a redução de demanda da China levou a uma queda no volume transportado de soja. No segundo semestre, os Estados Unidos apresentaram safra recorde de milho, reduzindo o preço internacional, afetando as exportações brasileiras e consequentemente nossos volumes transportados”, afirma a empresa.

Para o assessor técnico da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Nilson Hanke Camargo, a redução no transporte ferroviário da ALLMS não o surpreende. “Há uma série de problemas com o modal no País. É difícil conseguir contratar frete.

As concessionárias costumam fidelizar clientes que têm carga o ano inteiro, como os de açúcar. Pouca gente que trabalha com exportação de grãos consegue fidelizar”, declara. Ele reclama que falta estrutura para o sistema ferroviário brasileiro. “Não há vagões suficientes, os trilhos também não comportam tanta carga”, afirma.

O diretor executivo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Bruno Batista, ressalta que, ao contrário do que ocorreu no corredor Paranaguá, a produção das ferrovias aumentou no País. “É claro que há deficiências, que a malha tem de melhorar em termos de extensão e qualidade, mas, mesmo com dificuldades, a produção vem aumentando lentamente”, declara.

Batista ressalta que os baixos investimento em infraestrutura por parte do poder público e a existência de gargalos operacionais comprometem a eficiência do setor. Em áreas urbanas, as composições chegam a reduzir em oito vezes a velocidade, de 40 quilômetro por hora para 5 quilômetros por hora.

Dos 66 trechos pesquisados pela CNT, 40 operam com velocidade média até 20 quilômetros por hora, sendo a mais alta, 51 quilômetros por hora. Na Malha Sul da ALL, a velocidade vai de 18 a 34 quilômetros por hora. Questionada sobre as razões de o trem não poder ir mais rápido, a assessoria da concessionária justifica que a velocidade é estabelecida pela agência reguladora, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Fonte: Guia Marítimo




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